MISSÃO E CRESCIMENTO.
A Bíblia nos apresenta a perspectiva de Deus para a salvação de sua criação. Logo após criar todas as coisas, e colocar o homem (feito a sua imagem e semelhança) para administrar e dominar sobre tudo, tendo este caído de seu estado original e se tornado pecador, Deus procurou o homem, mostrando as condições para que sobrevivesse neste novo estado e preparou-lhe vestimentas (Gn 3: 8 –24); não se pode esquecer que Ele fez promessa de que aquele estado não seria eterno (Gn 3.15). A partir deste momento Deus começa a executar um plano que culminaria na salvação do homem e de toda Sua criação, e restaurando seu reino para todo o sempre.Mas, entre a queda e a restauração total do reino de Deus, existe um período extenso, expresso por uma vasta literatura bíblica, é o tempo no qual as criaturas em restauração são convidadas a cooperar com o Criador na propagação da salvação a todas as nações, povos, tribos e famílias da terra. (Gn 12:3; Sl 22:27; Ap 5:9 –10). O testemunho de Deus sempre se fez presente na história da humanidade (Hebreus 11). “Nas Escrituras a missão cristã aos pagãos não é meramente sair, com ênfase na obediência; ela é, também, em promessa e ação escriturísticas, a difusão do conhecimento da salvação até os confins da terra.”O Pentateuco nos mostra como Deus se exaltou sobre todos os deuses da antigüidade e como estabeleceu o seu povo como marco de seu domínio. Deus desenvolve a história deste povo associada à sua revelação e dá a conhecer os seus oráculos aos homens. Os Salmos cantam o louvor e a salvação de Deus até às ‘extremidades da terra’ e até os ‘confins da terra’ (2:8; 65:8). ‘As nações’ lhe chamem bem-aventurado (72:17). A salvação deve ser dispensada às nações (67:2). Deus revela o propósito de sua reverência mundial através dos salmos , com reis e governadores curvando-se aos seus pés (2:10-11), pois Ele é o Rei de toda a terra (47:8) e todas as famílias da terra lhe darão culto quando se converterem ao Senhor (22:27-28) .Os profetas tinham a perspectiva de que a ‘casa de oração’ devia ser destinada a todos os povos (Is 56:7) e estabelecida como centro da reunião de todas as nações (Jr 3:17). O conhecimento da grandeza do nome de Deus seria conhecido dos gentios e Ele seria fonte de paz para os pagãos (Ml 1:11; Zc 9:10) e luz para os gentios (Is 42:6, 60:3). O Antigo Testamento fala o que o Novo confirma, que Jesus é a Luz do mundo (Jo 8:12). E, todos os exemplos de crescimento da igreja encontrados no NT não são, de forma alguma, contrários à pregação do Antigo Testamento, mas concordes com o propósito de Deus de salvar o pecador, de todas as tribos, línguas, povos e nações. Evangelize!O crescimento está ligado à idéia de vida, uma vez que todo ser vivo tem o seu próprio crescimento (1 Co 3: 6,7; Colossenses 2:19; 1Pe 2:2), a igreja, por ser um ser vivo, deve buscar também o seu próprio crescimento. Nos textos deste parágrafo fica-nos claro que Deus é quem dá o crescimento à igreja, mas vejamos algumas figuras que expressam este crescimento:
A FIGURA DA REDE DE PESCAR – UM FATOR QUANTITATIVO:
Em Mateus 13:47 a 50. Jesus mostra a figura de uma rede de pescar que lançada ao mar recolhe toda espécie de peixes. Quanto a isto, poder-se-ia dizer que, no ato de lançamento da rede não se pode direcionar a um único tipo de peixe ou a uma categoria de pessoas, mas é dirigida a todos, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3:23). A seguir convida os seus discípulos a se tornarem pescadores de homens (Mc 1:17).
A FIGURA DO FERMENTO – UM FATOR SILENCIOSO / DOMÉSTICO:
Em Mateus 13:33 Jesus mostra que o crescimento de seu reino é promovido misteriosamente e sem muitos alardes, pois o Espírito faz a obra do convencimento do pecado, da justiça e do juízo onde quer e, às vezes, de um modo silencioso.A FIGURA DA COLHEITA – UM FATOR AGRÍCOLA: Em Jo 4:35 Jesus faz uma alusão mostrando a vastidão dos campos e que eles já branquejam para a colheita, O Senhor é denominado de “O Senhor da seara” (Mt 9:38; Lc 10:2) e há a necessidade de se rogar o envio de mais trabalhadores para a seara (Mt 9:37-38).
A FIGURA DA VIDEIRA – UM FATOR DE DEPENDÊNCIA:
Em João 15 Jesus nos ensina, na relação existente entre os ramos e a videira, que assim como para os ramos serem nutridos, faz-se necessário estarem ligados ao caule, assim também os seus discípulos, pois “Ele” é a videira, os discípulos os ramos, quem permanece nEle dá muito fruto; mas sem Ele nada se pode fazer (Jo 15:5). O Apóstolo Paulo fala desta união dizendo que nada nem ninguém pode nos separar desta união indissolúvel (Rm 8:31-39) e, se há um fator de dependência, há também um fator de capacitação constante promovida por Seu Espírito.
A FIGURA DA INCORPORAÇÃO – UM FATOR DE CONVITE:
Em Lc 14: 21-24 Jesus apresenta uma figura de inclusão daqueles que estão marginalizados e que não se sentem dignos de estar no banquete real e ao mesmo tempo mostra que o Senhor quer a sua casa cheia. A máxima de que quanto menos somos melhor passamos não é aceita e, aqueles que querem exclusividade são deixados sem provar a ceia do Senhor, isso nos leva a pensar que Ele quer que sua Igreja cresça.
A FIGURA DA GERMINAÇÃO – UM FATOR ORGÂNICO:
Em Lc 13: 31-32 Jesus ensina que uma pequena semente pode germinar tornando-se uma árvore grande e capaz de abrigar muitas aves, assim o seu reino, a sua igreja é capaz de abrigar muita gente e não apenas aqueles que se acham melhores ou que pensem ter quaisquer qualidades que os torne especiais.
A FIGURA DA LUZ – UM FATOR DE PENETRAÇÃO:
Em Jo 8:12 Jesus compara-se abertamente à figura da luz. onde existe luz as trevas não subsistem, a luz mostra toda a verdade, não esconde coisa alguma. E, em Mateus 5:14-16 desafia os discípulos a exercerem a função de luz. Os líderes da Igreja primitiva desenvolveram ainda mais este conceito penetrante da luz – Paulo: ”Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo.” (2Co 4:6); – Pedro: ” Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração,” (2Pe 1:19); – e João: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1Jo 1:7). O evangelho é luz que ilumina o entendimento e dá crescimento à igreja do Senhor.
A FIGURA DO EDIFÍCIO – UM FATOR DE CONSOLIDAÇÃO:
O Apóstolo Paulo usou desta figura para mostrar como crescem as paredes de uma casa: “Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós. Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” (1Co 3:9-11) e “no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.” (Ef. 2:22).
A FIGURA DA FAMÍLIA – UM FATOR DE ADOÇÃO:
O apóstolo Paulo usa uma figura de estruturação social como a família de Deus, que cresce mediante o espírito de adoção (Rm 8:12-17; Ef 1.5), diante do qual a igreja cresce pela adoção empreendida pelo Senhor.Todas as metáforas estão relacionadas ao crescimento da igreja, mostrando a ampla perspectiva do mestre e seu ministério, não havendo espaço para a estática e a inanição com um desenvolvimento constante e próprio dos seres vivos.Como Igreja e Corpo de Cristo devemos nos desenvolver de forma harmônica e natural, crescendo em graça e número.