JUDAS: 1/3(B)
EXORTAR-VÓS A BATLHAR PELA FÉ
Na Bíblia exortar significa motivar alguém a seguir Jesus da maneira correta. Assim, dependendo da situação, exortar implica ensinar, aconselhar, consolar ou até repreender.
INTRODUÇÃO: Eu estava estudando, uma vez mais, a epístola de Judas que retrata o momento que vivem as Igrejas Evangélicas no Brasil e no mundo, lutando contra os movimentos heréticos que estão adentrando os templos. Dos elementos do baixo espiritismo até ritos das religiões orientais, os falsos mestres estão seduzindo, enganando e destruindo muitos crentes incautos. Judas, irmão de Jesus, escreveu esta carta para exortar a igreja a batalhar pela fé evangélica. Era um tempo perigoso, onde muitos falsos mestres estavam sorrateiramente entrando dentro das igrejas e ensinando heresias. Vivemos hoje o mesmo perigo de falsos mestres e muitas heresias. Devemos seguir as recomendações bíblicas e batalharmos pela fé que nos foi dada.
- A GUERRA ESPIRITUAL – V. 1-7
- O exército de Deus – v. 1-2. Judas usa três expressões para descrever os crentes: a) chamados – Foi Deus quem nos escolheu primeiro. Ele nos predestinou e nos chamou. b) Amados – Deus nos amou com amor eterno. Ele nos amou primeiro. c)Guardados– Enquanto Deus preserva os anjos caídos (v. 6) e os falsos mestres (v. 13) para condenação, preserva os crentes para a glória (v. 1).
Ele usa mais três expressões para descrever as bênçãos que os crentes possuem e que podem ser multiplicadas: a) Misericórdia – Deus em sua misericórdia não nos dá o que merecemos, visto que lançou sobre o seu Filho o castigo que era nosso; b) Paz – Uma pessoa não convertida está em guerra contra Deus, mas por causa da obra de Cristo na cruz, fomos reconciliados com Deus e temos paz com Deus. c) Amor – A cruz é a demonstração do amor de Deus. Os apóstatas podem pecar, cair e sofrer condenação, mas os verdadeiros crentes são guardados em segurança em Cristo por toda a eternidade.
- Os inimigos da Igreja – v. 3-4
A igreja estava sendo minada por inimigos terríveis: apóstatas, falsos líderes, falsos pastores, falsos mestres. Judas nos dá as características deles:
- a) Dissimulados– v. 4a – Os falsos mestres entram na igreja porque os crentes dormem (Mt 13:25, 38). Eles surgem de fora e muitos estão dentro da igreja (At 20:29-30).
- b) Ímpios– v. 4b – Eles dizem pertencer a Deus, mas eles são ímpios na sua forma de pensar e agir (2 Tm 3:5).
- c) Inimigos da graça de Deus– v. 4c – Eles entram na igreja para mudar a doutrina. Eles querem encontrar base doutrinária para justificar sua conduta libertina. Prometem liberdade, quando eles mesmos são escravos do pecado. Falam de poder quando na verdade são latas vazias fazendo barulho; falam de prosperidade quando nas suas vidas um rastro de miséria os acompanha.
- d) Negam a supremacia de Jesus Cristo– v. 4d – Eles podiam até afirmar que Jesus era um grande mestre, mas não o verdadeiro e soberano Deus e Senhor. Estão sempre inventando heresias e trazendo novidades de outras religiões pagãs para dentro da Igreja.
- e) São destinados para a condenação– v. 4b – O texto não está dizendo que eles foram destinados para serem apóstatas, como se Deus fosse responsável por seus pecados. Por se tornarem apóstatas Deus os destinou à condenação.
- BATALHANDO PELA FÉ, V. 5-7
A carta de Judas dá três exemplos do juízo de Deus sobre aqueles que resistiram a Sua autoridade e se apartaram da verdade: a) Israel – v. 5 – Os pecados de Israel foram registrados para nos alertar (1 Co 10:11). Aqueles que se apartaram da verdade pereceram no deserto; b) Os anjos caídos – v. 6 – Deus exerceu o seu juízo sobre os anjos caídos e os condenou ao inferno (2 Pe 2:4); c) Sodoma e Gomorra – v. 7 – Os sodomitas entregaram-se à prostituição, adultério e ao homossexualismo e Deus os condenou ao fogo eterno.
O pecado de Israel foi incredulidade. O pecado dos anjos foi rebelião contra a autoridade de Deus e o pecado de Sodoma foi indecência moral. Do mesmo jeito que Deus julgou os anjos, os moradores de Sodoma e Israel, ele julgará os falsos mestres. Ninguém poderá rebelar-se contra a autoridade de Deus e prevalecer.
- QUEM SÃO ESSES INIMIGOS? – V. 8-16
- São aqueles que rejeitam a autoridade divina – v. 8-11. Toda a autoridade vem de Deus. Aqueles que exercem autoridade devem estar debaixo de autoridade. Os apóstatas se colocavam acima das Escrituras e dos apóstolos (v. 8). A causa da rebelião é que eles são sonhadores alucinados (v. 8) e vivem num mundo irreal e ilusório. Eles crêem na mentira de Satanás (Gn 3:5) e se tornam como animais que vivem guiados pelo instinto (v. 10 e 2 Pe 2:12, 22). Eles se entregam à luxúria (v. 8) e demonstram sua rebelião contra Deus (v. 8c, 10; Sl 73:9, 11). A consequência da rebelião é que eles se corrompem ou se destroem (v. 10c). O caminho da rebelião é o caminho da ruína.
- CASOS DE REBELIÃO NO ANTIGO TESTAMENTO CITADOS COMO EXEMPLOS.
- a) O caminho de Caim– Caim rebelou-se contra o caminho de Deus para a salvação (1 Jo 3:11-12). Caim rejeitou o caminho da salvação pela graça porque queria agradar a Deus sem fé. O caminho de Caim é o caminho do orgulho, da justiça própria.
- b) O erro de Balaão– O erro de Balaão foi a ganância de comercializar o dom de Deus e o ministério com o fim de ganhar dinheiro (2 Pe 2:15-16). Os falsos mestres trabalham na igreja para ganhar dinheiro (1 Ts 2:5-6; 1 Tm 6:3-21). Balaão induziu o povo de Deus a pecar.
- c) A revolta de Coré– Coré se rebelou contra a autoridade de Moisés e consequentemente contra a autoridade de Deus concedida a Moisés. Deus o julgou.
- METÁFORAS USADAS PARA OS FALSOS MESTRES – V. 12-13,16
- A) Rochas submersas nas festas de fraternidade– Eles se infiltram no meio da igreja para provocar acidentes e naufrágios espirituais; B) Pastores que se apascentam a si mesmos– Eles usam e abusam do povo em vez de cuidar do povo (2 Co 11:20; Ez 34:2) C)Nuvens sem água – Nuvens que prometem chuva, mas desapontam em trazer a água. Os apóstatas parecem trazer ajuda espiritual para as pessoas, mas fracassam. Eles prometem liberdade, mas são escravos (2 Pe 2:19). Eles não têm a doutrina (Dt 32:2; Is 55:10) por isso são nuvens sem água; d) Árvores mortas – São árvores sem fruto e sem raiz. Que contraste com os justos (Sl 1:3). O fruto é a marca do discípulo (Jo 15:8); e) Ondas bravias do mar – A onda revolta do mar traz sujeira e perigo (Is 57:20); f)Estrelas errantes – Estrelas errantes só podem conduzir as pessoas ao abismo em que elas mesmas são lançadas; g)Murmuradores e aduladores – v. 16 e h)Eles receberão sua devida penalidade – v. 14-15
- 4. O JUÍZO DE DEUS SERÁ:
- a) Pessoal– Enoque diz que não um acontecimento como o dilúvio, mas o próprio Senhor virá pessoalmente exercer juízo (v. 14-15); b) Universal – O juízo final apanhará a todos os ímpios (v. 15). Ninguém escapará do justo e reto juízo de Deus. Somente aqueles que são selados estarão seguros (Rm 8:31-39)e c) Justo– Deus fará convictos todos os ímpios (v. 15) acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram e todas as suas palavras insolentes (v.15).
III. DEVEMOS FICAR FIRMES BATALHANDO PELA FÉ, V. 17-25
- A Palavra de Deus é a nossa arma – v. 17-19
a)As Escrituras vieram-nos através dos apóstolos. Os falsos apóstolos queriam se colocar acima dos apóstolos de Jesus Cristo. Chamavam-se a si mesmo de apóstolos e diziam ter novas revelações de Deus; b)Os apóstolos já haviam alertado sobre o perigo dos falsos mestres e dos falsos ensinos (1 Tm 4:1; 1 Jo 4:1; 2 Pe 2; 3:3); Os falsos mestres desejam dividir a igreja e levar os crentes para fora da verdadeira comunhão dos santos (At 20:30). Eles não só dividem a igreja, mas a enganam, porque eles não têm o Espírito Santo (v. 19b).
- Edifique a sua vida cristã– v. 20-21
a)O fundamento para a vida cristã – A nossa fé santíssima ( A Palavra); b)O poder para edificá-la – A oração no Espírito. Assim, a Palavra de Deus e a oração devem andar juntas para a edificação da igreja (At 6:4).
- 3. Comprometa-se com a evangelização– v. 22-23
- a) Compadeça dos que estão na dúvida– São as pessoas que estão confusas com os falsos ensinos, sendo seduzidas pelo engano. Ensine a Palavra para elas. Mostre o poder do evangelho; b) salve os que estão no fogo– Assim como os anjos tiraram Ló de Sodoma, devemos tirar aqueles que estão nas garras dos falsos mestres. e c)Cuidado para não se queimar ao tentar salvar os outros do fogo – “sede compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne”. Devemos amar o pecador, mas abominar o pecado.
CONCLUSÃO: v. 24 E 25. Tenhamos comunhão permanente com Cristo Jesus, Nosso Senhor e Salvador que é poderoso para nos guardar de tropeço e poderoso para nos levar para a glória. Seja o Senhor Jesus exaltado de eternidade a eternidade para sempre pelos séculos dos séculos. A Igreja Betel é a Igreja da Palavra. Por causa da ação da Palavra é que temos discernimento para uma vida vitoriosa e feliz, batalhando sempre pela fé que nos foi